APOLOGIA!
O ateu e o á Toa!
Graça e paz! Meus queridos irmãos, e
leitores deste blog, que o Senhor
Jesus o nosso Cristo, vos abençoe!
Jesus o nosso Cristo, vos abençoe!
INTRODUÇÃO
Ao ler o título desse pequeno artigo você pode estar
pensando que me proponho a refutar aos ateus. Porém, não é esse o caso. Meu
propósito é levar o leitor a refletir sobre a necessidade de compreendermos
melhor alguns ateus e respeitá-los como seres humanos, pois muitos deles se
tornam céticos por algum motivo compreensível, mesmo que não justificável.
Quero que você compreenda que muitos se tornam ateus não por
causa de uma simples escolha que fizeram numa linda tarde de verão ou enquanto
descansavam na praia. Há ateus e agnósticos que vivenciaram situações terríveis
que os levou a questionar a existência de qualquer divindade que pudesse
realmente amá-los nos momentos em que se sentiram desamparados e em meio à
profunda dor emocional.
Antes de analisarmos um pouco melhor sobre uma das origens
do ateísmo, primeiramente precisamos diferenciar um ateu de um à toa.
ATEU VERSUS À TOA
* O ateu se utiliza de alguma base racional para sua
postura. É uma pessoa inquiridora, que aprecia estudar e não adota uma postura
simplesmente por que “a maioria” o faz.* O à toa, nem sabe o porquê é ateu.
Torna-se “ateu” por que “está na moda”.* O ateu, mesmo achando a religião fruto
da mente “primitiva” (compreensão infeliz essa), pelo menos sabe respeitar
aqueles que pensam diferente dele.
* Por sua vez, o à toa dirige palavras de baixo calão aos
que crêem, e não têm muita noção de civilidade, educação e respeito.* Parte dos
ateus possui uma razão compreensível (não estou justificando) para sua
descrença em Deus.* O à toa se diz “ateu” sem ter qualquer razão compreensível
para isso, base lógica ou uma história de sofrimento que o tenha levado a
duvidar da existência de um Criador amoroso.
Pretendo um dia aumentar essa lista de diferenças entre o
ateu e o à toa. Porém, agora, quero me deter nesse último ponto, que é a ideia central de minha reflexão: o de que vários ateus possuem razões compreensíveis
(não justificáveis) para seu ceticismo.
Imagine uma criança que cresceu ouvindo de seus pais que
Deus é amor, e que Ele cuida não apenas daqueles a quem Ele ama, mas também dos
que não O amam (cf. Mt 5:43-45). Porém, aos 13 anos, esse pré-adolescente vê os
pais serem assassinados na sua frente num assalto à mão armada, enquanto
entravam com o carro na garagem de casa. A tendência nesse caso (não estou
fazendo disso uma regra) é o jovem se questionar: “como um Deus de amor, que
ama minha família, pode permitir uma coisa dessas?” Se tal questionamento não
for trabalhado com a ajuda de um cristão adulto, para que a vítima compreenda
as questões em jogo no conflito entre o bem e o mal (cf. AP 12:7-9; Jó capts. 1 e 2), dificilmente esse
pré-adolescente terá força interna, bem como alguma razão lógica, para
acreditar que Deus existe.
O PROBLEMA DO MAL
Não precisaria ser assim [1], mas a existência do mal é o
problema mais difícil com o qual se deparam muitas pessoas, ao ponto de se
tornarem céticas quanto à existência de Deus e quanto ao valor da religião e da
Bíblia. Ao invés de criticarmos um ateu por isso, precisamos compreendê-lo, pois
uma situação de profunda dor psíquica, sem que a pessoa tenha tido uma visão
mais ampla do conflito entre o bem e o mal (cf. Cl 2:14), pode levar a pessoa a
descrer.
Para muitos, o sofrimento é mais uma preocupação existencial
que intelectual, sendo, portanto um problema de coração, não da mente.
Elas não vêem muito sentido na vida e no universo[2]. Por isso, o que muitos
ateus mais necessitam é de compreensão e ajuda para descobrir as soluções
bíblicas para o sofrimento deles.
Até mesmos nós cristãos (ou não cristãos) somos tentados a
duvidar em certos momentos quando nos sentimentos profundamente perturbados
diante de alguma tragédia. Sejamos crentes ou descrentes, somos limitados:
temos uma visão míope e bastante subjetiva da realidade. Por isso, ao invés de
criticar, deveríamos exercitar nossa capacidade de compreender. Afinal, a
verdadeira inteligência emocional envolve compreender no lugar de julgar (cf. MT
7:1, 2).
Devemos sim realizar um trabalho apologético em favor dos
agnósticos e ateus [3], apresentando-lhes as evidências racionais a favor da
existência de Deus e veracidade da fé cristã; porém, ao mesmo tempo, devemos
olhar para eles como pessoas que têm uma história de sofrimento pior que a de
muitos de nós. Devemos ser amáveis, compreensíveis e misericordiosos para com
tais pessoas e mostrar a elas que, mesmo existindo o sofrimento no mundo, ele é
um intruso (Gn 3), resultado de nossas escolhas (Gl 6:7). Desde a
queda de nossos primeiros pais (Gn 3), “o ser humano não vive mais como Deus
planejou que vivesse. O egoísmo e a ganância do ser humano engendraram guerras,
fome, a exploração desmesurada da terra, além de mudanças cruciais e
potencialmente perigosas dos recursos do mundo”[4]. Devemos mostrar aos ateus e
agnósticos que “nenhuma dessas coisas veio da vontade de Deus. Elas são fruto
da ação do homem. Ouvimos com freqüência que temos uma tecnologia capaz de nos
extinguir. Foi escolha nossa, e não de Deus”[5]. É importante os
conscientizarmos que, ao invés de serem devidamente explicadas pelo ateísmo ou
panteísmo, “as falhas e defeitos em um mundo altamente ordenado e obviamente
bem designado têm melhor explicação no resultado de um mundo bom ter sido deteriorado.
É exatamente o que o teísmo propõe” [6].
O cristão vive com a esperança de que um dia o Criador
restabelecerá a ordem, paz e harmonia de nosso planeta quando Jesus voltar em
poder e glória a este mundo (cf. MT 24:30, 31; AP 1:7). Nesse momento, todas as
lágrimas serão secadas de nossos rostos pelo próprio Deus (AP 21:4). Isso foi
possível por que um dia Deus escolheu sofrer na cruz (Hb 4:15; AP
13:8; 1Pe 1:20, 21; Jo 1:1-3, 14; MT 27:26-50), para pagar nossa dívida para
com Sua imutável Lei (ver MT 5:17-19; Rm 3:31) e livrar-nos da morte eterna
(ver Rm 6:23)[7]. Ele pagou um preço para que todos os que cressem em Jesus (Jo
3:16, 36) tivessem a oportunidade de um dia viver sem dor e tristezas num mundo
em que haverá “novos céus e nova terra, nos quais habitarão justiça” (2Pe 3:13,
adaptado).Gostaria de sugerir a você, amigo leitor ateu ou agnóstico que,
enquanto essa promessa de Deus não se cumpre, nossa maior preocupação atual não
deveria ser entender todos os aspectos do sofrimento. Sugiro é que você e eu
aprendamos a lidar com ele de maneira saudável, desenvolvendo nosso
Quociente Emocional (QE) e não simplesmente o Quociente de Inteligência (QI) [8].
A forma como encaramos o sofrimento pode nos levar a nos apegarmos a Deus ou a
abandonarmos a fé nele. Dependerão de nossas reações diante das tragédias,
bagagem familiar e estrutura psíquica. Parcialmente, dependerá também de nossa
escolha.
O cantor gaúcho Vitor Mateus Teixeira, conhecido como
Teixeirinha (1927- 1985), de quem aprecio diversas músicas, perdeu a mãe quando
ele estava com apenas nove anos de idade. A música em que ele conta sobre seu
sofrimento por causa da morte da mãe se chama “Coração de Luto”, e já vendeu
mais de 25 milhões de cópias. Até o momento não conheço uma canção tão triste
como essa, mas o que me chama a atenção na história desse artista é que, mesmo
tendo ficado órfão e vivido pelas ruas, sofrendo de fome e frio, tamanha dor
não afetou sua confiança em Deus, como se pode perceber em várias de suas
canções.
Você e eu podemos agir como Teixeirinha diante de uma
tragédia ou perdermos a confiança no divino, prendendo-nos em nossa limitada
lógica e no vazio existencial de uma vida sem Jesus Cristo. A decisão será
nossa.
CONCLUSÃO
Diversos apologistas (defensores da fé) cristãos têm
abordado de maneira muito eficaz a questão do sofrimento, evidenciando
logicamente que este, na realidade, pressupõe a existência de Deus. Por
exemplo, C. S. Lewis, ex-ateu, escreveu: “O meu argumento contra Deus era que o
universo me parecia demasiadamente cruel e injusto. Mas de onde foi que tirei
esta idéia de justo e injusto? Um homem jamais pode afirmar que uma linha é
torta se não tiver algum tipo de noção do que é uma linha reta […] Assim, na
minha própria tentativa de provar a inexistência de Deus – em outras palavras,
que a realidade como um todo era sem sentido -, descobri que eu era forçado a
considerar que uma parte da realidade – ou seja, a minha idéia de justiça –
estava cheia de sentido. Conseqüentemente, o Ateísmo passou a ser
demasiadamente simplista para mim”
(C. S. Lewis, Cristianismo Puro e Simples,
capítulos 45 e 46 da versão em inglês).
Olhando mais misericordiosamente para os ateus e agnósticos,
nosso trabalho em favor deles será muito mais eficaz. Mesmo que não venhamos a
ter êxito em convencer alguns quanto à existência de Deus, poderemos quem sabe
dar início a uma nova amizade com alguém que também passa por sofrimentos como
nós e que pode, com sua bagagem cultural e experiência de vida contribuir para
nosso crescimento pessoal.
Já pensou no quanto poderíamos somar à vida um do outro, e o
que poderíamos fazer para aliviar de fato o sofrimento da humanidade e dos
animais se, ao invés de brigarmos, nos uníssemos em amor altruísta? Que o
SENHOR JESUS CRISTO, transforme todos os corações, porque a sua existência,
nunca foi um fato, mas sempre uma realidade.